sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Brasil izoneiro

ucho.info: a marca da notíca, Maria Helena Rubinato R. de Sousa

Nós, os brasileiros vivos em dezembro de 2010, somos as privilegiadas testemunhas do surgimento de um mundo bem mais admirável do que jamais sonharam nossos ancestrais.
Igual ao Lula, nunca antes e, certamente, nem depois.
A genial sacada de um relatório gerado no Planalto, com mais de 300 páginas, registrado em cartório e assinado por seus impagáveis e fieis auxiliares, contendo todos os magníficos feitos de seus oito anos de governo, é golpe de mestre.
Os que ficaram, os que saíram por lesão durante o jogo, ou por terem recebido cartão vermelho, todos reunidos na festa, todos coniventes ao assinar o relambório.
Como confessou o genial amante de si mesmo: “se a Imprensa não fala bem de mim, vou sair por aí e falar”.
Agora, no grand finale, ele se superou. Não se limitou a falar: escreveu. E fez mais: exigiu a chancela do cartório. E não se furtou a pedir aos outros que assinassem confirmando tudo que disse que fez e tudo que não disse que fez.
Tinha a mais absoluta convicção da anuência de todos. E sabe, como todos sabemos, que tem muita gente louca para ir lá e assinar também...
Meus mais efusivos cumprimentos a quem teve a brilhante ideia da feitura desse documento.
Dirão os ingratos e invejosos: se a moda pega e, geralmente, o mau exemplo frutifica mais que o bom exemplo, acontecerão duas coisas, ambas definitivas.
Nunca nos livraremos dos cartórios e das assinaturas com firma reconhecida; teremos governadores deixando tijolaços impressos contando tudo de maravilhoso que andaram fazendo por seus Estados.
Já os realistas pensam: os historiadores do futuro não terão trabalho algum. Lerão os relatórios assinados e poderão concluir: foi assim que começou a época de ouro da civilização brasileira. Foi assim que chegaram ao ápice.
Foi desse modo que a Glória se instalou para sempre sobre a cabeça de Luiz Inácio Lula da Silva.
Não temos porque duvidar de que isso é o que acontecerá. Não só pelo documento assinado e cartorizado, como pelo o que nos promete a oposição: ela desistiu de ser oposição.
Entramos numa fase da vida política do país que é, realmente, como diz o Lula, extraordinária: a oposição desiste de se opor.
Todos estarão a favor. Cantaremos a uma só voz, unidos, ombro a ombro.
Deixemos de hipocrisia – como aliás, anda pedindo Sergio Cabral, o Sorridente – Lula não merece que todos nós, cidadãos brasileiros, assinemos também o tal documento? Estou convencida que sim.
Afinal, ele acaba de inaugurar um novo sistema de governo. A Inzoneirocracia. Sem derramamento de sangue, sem revoltas populares, sem golpes militares ou civis, ele conseguiu o impossível: não temos mais oposição. Serão todos a favor.
É um governo forte sem um ditador. De adesão por amor e não na marra. Tudo espontâneo, todos unânimes em reconhecer que do PT para o povo só fluem coisas boas e que, por isso, o certo é aderir. Por amor.
Amor a quê? Ora, isso deixo à imaginação de cada um

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