Do Blog do Manoel Santos, Estevão Bertoni
Sempre que um dos filhos de José Ribamar Sousa dos Reis (1947-2010) quiser se recordar do pai, bastará ouvir Altemar Dutra cantar “Meu Velho”.
Ele indicou ao filho a música por achar que será lembrado assim que começar o verso: “É um bom tipo meu velho”.
Ribamar, economista de formação, foi um tipo dedicado às letras. Como pesquisador, escreveu sobre a história e a cultura popular de seu estado natal, o Maranhão.
Lançou também livros de poesia e de contos e, ultimamente, mantinha a coluna semanal “Trincheira da Maranhensidade”, num suplemento do Jornal Pequeno, o “JP Turismo”.
Como economista, teve diversos cargos públicos e ocupou a cadeira de número 56 no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.
Nos fins de semana, seu passatempo favorito era tomar uma cervejinha com os amigos. Adorava ainda ouvir Amado Batista, Roberto Carlos e Waldick Soriano.
No começo deste ano, desconfiado da perda repentina de peso, descobriu estar com um câncer no estômago.
Não se afastou do trabalho, que para ele era uma espécie de terapia, como conta a mulher, Maria Osmina. Decidiu começar um livro sobre a história da família Reis, cuja origem é portuguesa.
Sábado (4) de manhã, devido a complicações da doença, foi internado em São Luís. Na segunda (6), sua mãe Rosy, 94, a quem ele chamava de “minha Rosa” e que sofria de diabetes, morreu no Rio.
Ribamar, sem ser informado do que ocorrera, morreu no dia seguinte, aos 63 anos. Ambos foram velados juntos e enterrados na quarta-feira, em São Luís (MA).